A saúde mental de profissionais que trabalham a distância também sofre com a pandemia. Principalmente a dos mais jovens.
Pesquisa feita pela LHH do Grupo Adecco (empresa suíça de RH) aponta que quase 40% das pessoas dizem ter sofrido da Síndrome de Burnout ao longo de 2021.
Uma matéria no site da CNN Brasil destaca que 32% dos entrevistados informaram que a saúde mental piorou significativamente por conta do trabalho a distância.
A notícia ressalta ainda que “a Síndrome de Burnout tem afetado especialmente as gerações mais jovens, principalmente as novas lideranças”. “Para 45% desses líderes, que fazem parte da Geração Z – nascidos entre 1995 e 2010 –, o trabalho remoto e/ou híbrido desencadeou aumento da Síndrome de Burnout e o deterioramento da saúde mental”.
Um ponto de atenção para a área de recursos humanos pode ser atentar-se tanto para as questões individuais quanto as coletivas, relacionadas a saúde mental, como já mencionamos por aqui no nosso perfil no Linkedin (confira).
Síndrome de Burnout presente
O burnout é aceito com um fenômeno ocupacional, que passa a fazer parte do CID-11 e oficialmente entra em vigor em 2022. Hoje, a definição é: uma “síndrome resultante do estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso”, segundo Andrea Sarno, em artigo publicado no site da ABRH-SP.
“Ter essa identificação será de extrema importância para a geração de informações relevantes e facilitará a criação de indicadores alinhados à saúde mental nas empresas”, diz Andrea.
Conteúdo publicado no site do Hcor explica que a Síndrome de Burnout é uma doença que vem ganhando destaque nos últimos anos.
“Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é uma doença mental que surge após o indivíduo passar por situações de trabalho desgastantes, ou seja, que requerem muita responsabilidade ou até mesmo excesso de competitividade. Essa síndrome surge por excesso de trabalho vinculado à pressão. Alguns profissionais são mais suscetíveis a desenvolver a Síndrome de Burnout, tais como: médicos, enfermeiros, professores, policiais e jornalistas, além de profissionais que desempenham dupla ou tripla jornada”.
A gerente de psicologia do hospital, Silvia Cury, destaca que é preciso cuidar bem para evitar que surjam outros problemas de saúde.
A especialista acrescenta que as empresas devem visualizar a questão do burnout como uma situação do funcionário que tem que ser cuidada, porque se ele entrar num quadro desses, passa a produzir menos, a ficar mais inseguro e cometer erros no trabalho, entre outros problemas.
O funcionário, de acordo com a especialista do Hcor, pode ter medo ou receio de falar sobre o assunto na empresa dele. Por isso é importante que a equipe de recursos humanos tenha um olhar especial para essa questão e oriente os seus gestores a que condutas tomarem e como acolherem os seus profissionais para o cuidado adequado.
“Profissionais como psicólogos e psiquiatras podem ajudar. Arteterapia e meditação são exemplos de soluções que também ajudam em caso de funcionários que necessitam esse tipo de apoio e ajuda”. Confira mais no vídeo.
Perdas significativas
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os problemas relacionados à saúde mental no trabalho reduzem a produtividade, resultando na perda anual de US$ 1 trilhão no mundo (fonte: Hcor).
O hospital destaca em seu site que, em 2016, a Escola de Economia de Londres apresentou um estudo sobre a depressão no trabalho. De acordo com o levantamento, o Brasil perde US$ 63,3 bilhões por ano devido ao afastamento do trabalho por questões de estresse e depressão, ficando em segundo lugar no ranking mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, onde o estresse no trabalho é um problema de saúde pública.
Já a Associação Internacional de Gestão de Estresse estima que 32% dos profissionais do País sofrem com o esgotamento no ambiente de trabalho. Esse valor é superior a 1/3 do total de trabalhadores, os quais podem estar próximos de um colapso ou uma depressão. Acesse o site para conhecer os sintomas e dicas de prevenção.
Importância do diagnóstico correto
A psiquiatra Alexandrina Meleiro, da Associação Brasileira de Psiquiatria, em entrevista cedida à TV Câmara São Paulo, explicou que a maioria das pessoas acometidas pela Síndrome de Burnout não percebe que estão doentes.
Além disso, esse quadro pode ser confundido com estresse comum, com ansiedade e depressão. “É muito importante entender como é o ambiente de trabalho das pessoas para poder fazer o diagnóstico corretamente”, finaliza.